Quando se fala em treinamento, alguns princípios básicos devem ser considerados para que sua aplicação possa trazer os benefícios esperados. Dentre esses princípios, estão: principio da individualidade, principio do desuso, principio da sobrecarga progressiva, principio do "fácil/dificil", principio da periodização, e principio da especificidade.
Todos estes princípios possuem suas particularidades e importância dentro de um planejamento de treino, e, portanto devem ser considerados na montagem de um programa de exercícios.
O treino funcional/proprioceptivo é muitas vezes esquecido dentro de um programa de
atividades onde se objetiva o aumento da performance, seja no esporte
ou nas atividades cotidianas e, no entanto, acaba afetando de maneira
considerável o resultado ao qual se busca.
O principio da especificidade, diz respeito às adaptações que o
corpo humano sofre em relação à atividade física ao qual é submetido,
sendo estas adaptações, especificas daquele determinado programa de
exercícios. As adaptações estão relacionadas a ângulo de execução do
exercício, metabolismo energético utilizado, substrato utilizado como
fonte primaria de energia, qualidade física utilizada, quantidade de
músculos e articulações envolvidas no movimento, dentre inúmeros outros
fatores. Sendo assim, a transferência dos benefícios adquiridos numa
determinada atividade, é precária em relação a uma outra. Por exemplo, o
ganho de condicionamento aeróbio realizado na bicicleta ergométrica não
será transferido ao condicionamento necessário para uma corrida.
O
corpo humano é projetado para funcionar como uma unidade com os
músculos disparando em sequências especificas para produzir um movimento
desejado. Em cada movimento, vários músculos estão envolvidos e todos
eles realizam uma função diferente.
O sistema nervoso central,
responsável pela ativação muscular, é programado para integrar a cadeia
cinética do movimento no qual envolve os músculos agonistas (motores
primários), antagonistas (opostos aos motores primários), sinergistas
(assistem aos motores primários), e a estabilidade das articulações
enquanto os motores primários e os sinergistas realizam o movimento, e
neutralizadores (que contra-agem uma ação não desejada de outros
músculos). Em resumo, uma simples movimento requer a ativação de varias
outras unidades motoras para uma melhor e segura execução da ação.
Foi aí que surgiu o Treinamento Funcional. Este programa de exercícios visa melhorar a capacidade funcional através da atividade física, estimulando o corpo humano de maneira a adaptá-lo para as atividades do dia-a-dia, esporte, e reabilitações de lesões músculo-esqueléticas. No entanto, um aspecto de vital importância, a propriocepção, deve ser muito bem explorado neste tipo de treinamento. Isso porque esta “qualidade” é de extrema necessidade para as tarefas cotidianas, e esportivas.
A propriocepção pode ser definida como sendo uma variação especializada da modalidade sensorial do tato que compreende a sensação do movimento (sinestesia) e da posição articular. Este mecanismo ocorre através de receptores sensoriais especializados (proprioceptores) que estão presentes nos músculos, tendões, articulações, e pele, sendo responsáveis pela transmissão de impulsos referentes ao estiramento muscular e a freqüência de mudança no comprimento do músculo, a tensão muscular ativa, e posição articular estática e dinâmica, até o sistema nervoso central, de onde a resposta é originada.
Através dos sinais enviados ao SNC, partindo da pele, das articulações, e dos músculos, sobre a posição de cada parte do corpo em relação às outras, a velocidade do movimento, e o ângulo articular, entre outros; a postura do corpo humano é controlada diretamente através destes órgãos sensitivos, que tem entre suas principais funções a regulação do equilíbrio, a orientação do corpo e a prevenção de lesões.
Os exercícios realizados nos aparelhos convencionais de musculação (que possuem plano e eixo de movimento direcionados) diminuem drasticamente a exigência do equilíbrio, da coordenação, e dos padrões complexos da ativação muscular, que são qualidades primordiais no cotidiano. Enquanto que, a utilização de exercícios realizados com pesos livres, cabos, elásticos, superfícies instáveis, ou reduzida base de suporte, que exigirão de maneira significativa dos proprioceptores para a execução das atividades, traz um melhor beneficio a capacidade funcional do corpo.
O programa de exercícios funcionais além de “gerar” um corpo saudável e bem condicionado traz alguns benefícios, dentre os quais podemos citar:
• Desenvolvimento da consciência sinestésica e controle corporal;
• Melhoria da postura;
• Melhoria do equilíbrio muscular;
• Diminuição da incidência de lesão;
• Melhora da performance atlética;
• Tem efeito positivo na saúde da coluna vertebral (maior estabilidade);
• Aumento da eficiência dos movimentos;
• Melhora do equilíbrio estático e dinâmico
O treinamento funcional, capaz de melhorar as qualidades físicas
como equilíbrio, força, coordenação motora, resistência central e
periférica (cardiovascular e muscular), lateralidade, flexibilidade, e
propriocepção, necessárias e indispensáveis para uma eficiente atividade
diária e esportiva, deve ser prescrito individualmente para que atenda
os objetivos pessoais nas situações especificas (cotidiano, esporte,
reabilitações de lesões).
Uma avaliação deve ser realizada para que se
possam saber quais destas qualidades e quais os padrões de movimentos
necessitarão de mais ou menos atenção na prescrição dos programas de
exercícios, e sejam estimuladas corretamente.
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Atualmente este é o meu livro de cabeceira, muito bom de ler, bem didático e prático, fica a dica de leitura a todos.
"Treinamento funcional
resistido: para melhoria da capacidade funcional e reabilitação de
lesões músculo-esqueléticas"
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Abraços, aguardem novidades, sempre trabalhando para propiciar uma maior qualidade de vida a todos.
Abraços, aguardem novidades, sempre trabalhando para propiciar uma maior qualidade de vida a todos.
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